LNA inicia maior modernização do Observatório do Pico dos Dias com apoio da Fupai
O Laboratório Nacional de Astrofísica (LNA), unidade de pesquisa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), iniciou um amplo processo de modernização do Observatório do Pico dos Dias (OPD), em Minas Gerais — a mais abrangente atualização desde sua criação. Referência nacional em infraestrutura astronômica e no desenvolvimento de tecnologias científicas de ponta, o LNA reafirma seu papel estratégico no fortalecimento da ciência brasileira e no acesso da comunidade acadêmica a equipamentos de classe mundial. A iniciativa conta com o apoio da Fundação de Pesquisa e Assessoramento à Indústria (FUPAI), parceira do LNA na execução de projetos que impulsionam inovação, capacitação e desenvolvimento tecnológico no país.
Infraestrutura nacional e internacional
Localizado em Minas Gerais, o OPD abriga quatro telescópios operacionais — incluindo o de 1,6 m, maior de sua categoria no país — além de iniciativas pioneiras em robotização de telescópios com o ROBO40. O LNA também coordena a participação brasileira nos consórcios internacionais SOAR e Gemini, com acesso a telescópios de 4 m no Chile e de 8 m no Chile e no Havaí, respectivamente. Por meio de acordos, a comunidade científica também conta com acesso a instrumentação avançada em observatórios como CFHT, SUBARU e LSST, reforçando o protagonismo do país na astronomia mundial.
Tecnologia nacional e ampliação de capacidade
O LNA é reconhecido como referência em instrumentação astronômica e exporta soluções de alta tecnologia, sobretudo na criação e polimento de fibras ópticas. Suas instalações laboratoriais e equipes capacitadas já resultaram em mais de 50 projetos de instrumentação e 39 milhões em investimentos federais. Além disso, servem de apoio à indústria e startups em áreas como ótica e automação, aproximando ecossistemas de C,T&I e fomentando o empreendedorismo.
Ampliação de nove telescópios
A modernização do OPD contempla três eixos: (i) expansão da frota de telescópios; (ii) adoção de novos instrumentos e periféricos; e (iii) operação automatizada. Já estão integrados o AZ800 (80 cm, montagem altazimutal) e em produção os RC800 (80 cm), EQ1000 (1 m) e SOLAR50 (50 cm). Ainda está em prospecção o AZ1500 (1,5 m), submetido a aprovação de financiamento. Todos serão equipados com sistemas para operação remota e robótica, alinhando o OPD às demandas da astronomia contemporânea.
Novo polo tecnológico em Itajubá
Paralelamente, está em andamento a construção da nova Infraestrutura para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico (IMDCT-LNA) no Parque Científico e Tecnológico de Itajubá (PCTI). Orçada em R$ 39 milhões via MCTI, a obra inclui sede administrativa, oficina mecânica para usinagem de precisão e um Centro de Popularização da Astronomia. O objetivo é ampliar a capacidade técnica da instituição, abrir seus laboratórios para empresas e startups, e fomentar atividades de disseminação de ciência à comunidade.
Compromisso com o ensino e preservação ambiental
O LNA não oferece cursos formais, mas apoia toda a comunidade acadêmica brasileira em Astronomia e Física, com mais de 360 teses e dissertações produzidas com seus dados. A instituição também atua na popularização da astronomia, promovendo inclusão social e formação compartilhada em suas oficinas. Além disso, o campus do OPD preserva 420ha de Mata Atlântica, com geração autônoma de energia que atende a 25% do consumo local, reforçando o compromisso com sustentabilidade.